segunda-feira, 19 de novembro de 2012

... E saiu.



Pegou a mala e saiu. Não sábia onde ir, mas sabia onde queria ir. Saiu decidido, queria encontrar o seu amor, não era possível só ele não ter alguém.

A chuva batia forte na janela do ônibus, pedindo licença pra tentar molhar o rosto já molhado de lágrimas e tentar esconder. Passou dias nas andanças da vida. Morria em curtos espaços de tempos em que chorava, e ressuscitava em pequenos sorrisos de esperanças de um amor breve. E o desejo,  a vontade, a esperança... E continuou a sua busca constante. E seu tempo era dedicado a perguntas que ele mesmo tentava responder: "Se a porta está aberta alguém pode sair ou entrar, mas na minha porta as pessoas só saem, por que ninguém entra?".  Abandonou o ônibus e seguiu em caminhada, pés descalços a sentir a terra molhada.

Foram dias de viagens longas, não totalmente perdidas, trazia agora certezas. O amor não pode ser encontrado em uma simples viajem, e não se pode procurar um amor. Ele vem... Sem precisar ir em busca, as vezes ele pega caronas, mas vem.

E ele ainda espera seu amor. E seu sorriso não se quebrou. Talvez só tenha se perdido no meio da bagagem.

"Pra viajar basta apenas existir"
Fernando Pessoa

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