Ela chega e não fala nada do meu novo corte de cabelo, nem fala que eu estou perfumado. Eu também não falo que ela está a coisa mais linda, e que seu cheiro preenche a falta de um "bom ar" que estava faltando para meus pulmões.
Então começa a conversa boba, ela não faz questão de encarar tanto, ela nem se intimida, e eu continuo com os olhares vacilantes. Ela dá a língua e me chama de bobo, e recorre para o celular. E eu me sinto bem ao intimida-la. Ela fica tão linda assim. E a conversa não é tão importante, sinceramente nenhum pouco, mas vocês tem que entender que as pernas delas estão em cima das minhas, ela está deitada em meu peito, ela está completamente relaxada. Palavras mal ditas só iriam atrapalhar o momento. E ela começa ver as mensagens que a gene trocava e as gargalhadas rolavam, as mensagens eram lindas, mas a gente ficava com vergonha e ria, a gente é bobo mesmo. E ela começa a receber mensagens das amigas e no final fica feliz com alguma coisa nas mensagens. Eu que não sou bobo nem nada, mando mensagens sem que ela perceba, só pra receber respostas. E a gente cansa de mandar mensagens sem finalidades, e começamos a conversar mas sério, ela fala dos seus ex namorados, e eu também. Realmente eu nunca tive várias, mas eu pensava que aquela que eu ficasse e só ia transar depois de meses de namoro era a ideal. Mas o papo estava bom.
E o texto não tem nada de especial, só a bobagem de duas pessoas que se amam, fazendo inveja uma a outra. Uma inveja positiva, uma inveja sadia.
E eu volto pra casa com vontade de ligar, marcar um encontro e depois fazer sexo. Mas não. A inveja da tarde não faria eu dar meu braço a torcer. Quem sabe dá próxima vez, ela elogia meu cabelo e o meu perfume e que o ato seja recíproco. Mas ela continua boba e eu continuo aqui, bobo também.
"O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos"
Clarisse Lispector
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