quinta-feira, 22 de novembro de 2012
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A Dúvida
Mas mãe, eu não vou me preocupar com o que os outros dizem. E ela ainda insistia em dizer que tem que se seguir um padrão de vida. Eu nunca liguei mesmo.
E a saudade era intensa, eu mesmo não sábia explicar. A noite estava fria e os pensamentos me enlouqueciam e não me deixava dormir. Saí e fui pra o barzinho mas próximo, tomei uma dose da primeira bebida que vi na minha frente e em seguida olhei em volta, todos de alguma forma estavam tão felizes, pareciam que vinham se divertir ou comemorar algo, e eu aqui me afogando em pensamentos e relembrando momentos, as vezes felizes, as vezes, só por serem momentos e momentos devem ser lembrados.
E em cada gole, que cada vez mais descia facilmente, a vontade era que as lágrimas caíssem, mas as pessoas me olhavam estranhas, parecia que elas percebiam o que eu estava passando, elas liam meus pensamentos, ela me encaravam de forma cruel, com maldade nos olhos. E eu continuei a beber, bebendo e esquecendo, esquecendo as discussões, as brigas, as coisas que nunca terminei de fazer por falta de coragem, a falta de sinceridade, a falta de amor...
As pessoas estavam saindo, já passava da meia noite, e o dono do bar me falou alguma coisa que não consegui entender, mas pedi a conta, paguei e saí. Estava completamente fora de mim. Bêbado e jogado, pensei em ir pra casa, mas o clima estava tenso com minha mãe. E continuei a vagar, andei, andei. Não sábia onde estava indo, mas continuei a andar. No meio da andança sem direção senti algo estranho e parei, algo forte estava me inundando, perguntas e respostas, tudo tão irreal e ao mesmo tempo verdadeiro. Tudo veio de repente, algo me dizia que eu tinha que ouvir e compreender o que estava acontecendo comigo. Uma mente confusa. E no final tudo voltou ao normal e me perguntei: " O que me destina, qual é meu futuro?"
E apaguei, na rua. Numa calçada qualquer, enquanto a dúvida rodeava a cabeça de um estranho jogado na noite.
"E preder a lucidez pra mim é normal, tudo o que eu faço normalmente é coisa de bêbado, e estando bêbado eu teria uma desculpa."
Matheus Milor
Dedicado a: Josildo Júnior.
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