quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fome de você



Essa música tocando lembranças minhas que são suas agora. E não desligo o som. Esse gosto de Whisky que ficou em minha boca agora foi substituído por água. Parei de devorar, parei de consumir coisas que dilaceravam meu coração. A dor que sempre carreguei comigo ainda continua, intacta, escondida por uma capa protetora que insiste em dizer que tudo está perfeito. Mas não.

As pernas encostadas no sofá e as mãos levemente aconchegadas no controle remoto da TV, parecem ser tímidas ao esconder uma tristeza profunda. A marca que a xícara fez, o café com leite. Pistas.
Lembrei do nosso começo. Tão forte, tão intenso, cada novo encontro fazia dois se tornarem um. A aceleração, o suor, a saliva, os arrepios. E no final de tudo, a urgência o medo. Tudo que fazia a mastigação mais difícil e a digestão mais árdua e trabalhosa, pra dois organismos imunes ao poder da tristeza.
E pela minha (nossa) saúde optamos pela distancia, pela dieta.
Uma dieta que fez bem a ambos. Passou o tempo e o gosto do teu beijo já não fazia mais efeito em mim, o gosto da tentação já não me consumia. E vivi esse tempo todo, de dieta, consumido substancias ilícitas.
E essa musica tocando... Me trouxe fome, a quela fome que sentia no começo do nosso relacionamento, onde abraços eram aperitivos, beijos pratos principais, e a saudade que se fazia de sobre mesa.

A música parou de tocar, vou voltar para o Whisky. A dieta de você me fez bem. Meu corpo esta melhor e meu coração também. Ao menos não dói mais. Parei.
Parei com o exagero em devorar bobagens.

"Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mesmo assim eu te devoro".
Djavan

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