Vem e me empresta esse teu sorriso sínico, essa sua cara de gente que espera um beijo. Essa cara de "não vou atrás, mas pode vir". Esse seu corpo quieto me chamando e me enlouquecendo, essas suas curvas sinuosas, esse seu olhar cegante. Esse teu corpo quente.
Não. O texto de hoje não é sobre isso. Tudo isso é verdade, mas não quero falar sobre isso. Depois vou acabar ficando só com mais vontade.
Recomeçando...
Quero falar sobre a falta de tempo que a gente tem. Tempo a gente tem, só não tem tempo pra dar tempo ao tempo. A gente respeita de mais a as placas de sinalização que a vida impõe. Vamos desrespeitar o transito da vida, vamos desrespeitar as leis da ocupação, vamos sair por aí sem tirar a carteira de motorista, vamos criar nossa própria estrada. Descobrir paisagens. Vou fazer isso e nem quero nem saber. Vou pular tanto, até cansar, vou dizer "eu te amo" à quem eu amo, vou pagar minhas dividas, vou conseguir terminar a viajem que ficou pela metade, vou tirar a roupa do varal e estender a outra que acabei de sujar, vou terminar de ler o livro que comecei semana passada, vou surpreender, vou sorrir, vou fazer palhaçadas, vou distribuir gestos de carinhos, emfim vou viver cada dia como se fosse o ultimo.
Que sínico eu sou. Não vou fazer nada disso. Não agora. Mas estou deixando a lição pra vocês. Cada um sabe o que quer da vida.
Agora eu quero almofadas de minutos confortáveis.
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