terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amar. Respirar e amar



Dava pra ouvir seus batimentos entrando em ritmo acelerado, nas vielas escuras de seu peito onde o ar úmido cheirava o perfume impregnado. E nos espaços e os vácuos que o tempo deixava, se encaixava e se aconchegava procurando soluções para as loucuras e alucinações, não tão melódicas que seu corpo insistia em demonstrar.

Amava serenamente, um amor manso, se contentava com as alegrias das lembranças... Relembrando seu caderninho, todas as cores de canetas que marcavam os sentimentos por cores, cada trecho de música, cada nova citação. Mastigando sua bala de amendoim... Adora ver tudo que trazia recordações, de toalhas usadas até lembranças de beijos molhados. Tudo fazia parte de seu habito vital. Tudo fazia parte da rotina. Passou a amar internamente, fez uma recriação sua, só sua e guardou, e todo dia abre as janelas do seu coração e faz visitas inesperadas, faz chá e convida pra sentar e conversar. E amava de perto, estava em todo lugar do seu corpo, desde os tecidos e as artérias, até o ar dos pulmões.

Pra reviver esse amor bastava que respirasse. Amava... Respirava... E deixava em paz.

"Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te."
William Shakespeare

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