quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A moça e o mar



Correu pro mar, e o vento fazia seus cabelos dançarem ao  som melódico do tempo. A brisa do mar que batia em seu rosto contagiava um sorriso tímido estampado em um rosto delicado, tão delicado ao ponto de parecer que foi moldado e modelado minuciosamente por mãos divinas.

Na sua frente, a esperança, a imensidão, no deslizar das ondas na cadência do pio das gaivotas: um refrão solitário no seu infinito. Sentou-se na areia.
E namorou o mar.
Encostou os cotovelos nas pernas dobradas, pôs as mãos no queixo.
E contemplou o mar.
Primeiro, foram só olhares admirados e vacilantes. Depois, vieram as palavras pensantes, comoções, cobranças e descontrole. E seguiu seu olhar atento, tentando chegar à profundeza contida nas águas.

E esqueceu do passado, e de tudo que há incomodava, e correu deixando o vento levar a poeira que impregnava seu corpo, poeiras de ilusões e devaneios.
Sentiu-se livre, correu. Caiu. Levantou e pulou de alegria por estar se sentido livre. Queria se despir e criar asas, não para voar, por quê gostava de ver seus  pés tocando a areia, a mesma areia em qual seu corpo deitou e sonhou.
Colecionou conchas pra enfeitar seus cabelos.
A face molhada. O coração. A palpitação. As descobertas e o engano. A volta dos planos. O retorno aos sonhos.
E percebendo que o dia queria dar "tchau" e a noite queria mostra-se linda, vestiu-se, vestiu-se de amor. Era visivelmente mais bela, estava vestida com a paz interior.

Despediu-se do mar e foi pra casa, com roupa nova e com novos perfumes, alguns obstáculos apareceram no caminhos, mas os anjos – pequenas borboletas coloridas – evitavam que tropeçasse.
Não sabia se era o final de tudo, mas continuou caminhando com sua roupa nova e distribuindo perfumes pelos caminhos. De alguma forma ela sentia que aquilo valeria a pena.

"O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo, abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
Desse novo amor"
Ana e o mar - O teatro Mágico 

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