Eu não estou aguentando mais, é muita coisa para uma só cabeça. Lá vai eu super sínico querendo ser simpático mais os olhos das pessoas são falsos e depois de um dia de mal humor ouvindo um blues que nem sei o que é, meu irmão chato liga o som no volume máximo com um funk. Eu não mereço. E vou eu com uma dor de cabeça horrível, tentando fugir daquele quarto escuro, (a claridade é tão chata as vezes) fugindo daquela cama que desde a noite passada fujo para não arruma-la. A quelas cores todas naquele lençol me dá náuseas. Tento vomitar, mas até agora não comi nada, tenho preguiça de ir comer, mas no caminho deito no sofá e assisto algo na TV, a garotinha Michely me encanta, mas eu fico pensando quando tempo vai demorar eu assistindo aquilo, e o almoço? Sobraria algo para mim? Eu vou com minha cara de cachorro, coçando a barriga e pego o prato sem nenhuma vontade de comer. Como, para não passar a tarde com fome e começar a comer besteiras. Minha mãe insiste em usar água sanitária para lavar a casa, aquele cheiro me dá dor de cabeça. Prometo que nunca mais vou bater naquele jarro idiota. Vou parar de regar aquelas plantas do jardim, é muito trabalho para mim. Meu violão nunca teve tanta poeira, eu evito tocar ele, para evitar ir buscar um pano, para evitar limpa-lo, vida difícil essa. Preciso fazer algo para no fim não fazer nada. Não lavo as mãos. Queria sorrir, mas eu sou o próprio palhaço, e lá vou eu tomar banho naquela água gelada no tempo de ouvir: R U mine e Flourescent Adolescent de Arctic Monkeys, e depois ter que abrir o guarda roupa e ver todas aquelas camisas caindo, vou pegara primeira que aparacer. Minha mãe tem que aprender a ouvir essa televisão no volume mais baixo, ta certo eu sei que sou chato, mas a novela é mais ainda. Esse cheiro de gasolina é horrível, se bem que as vezes eu gosto, mas não quando o cheiro está mais forte que o próprio oxigênio. O café na mesa, odeio moscas. Preferia comer um biscoito recheado mas não posso substituir todas as refeições, meu pai tá sempre de olho nisso. Ok, ele tá certo. Lá vou dando uma de palhaço para todos os meus amigos, quando na verdade minha dor de cabeça esta mais forte que a risada chata de todos. Quem me dera estar em casa deitado sem pensar, sem dormir, sem ficar acordado, sei lá, sem existir. Essa dor de cabeça não passa. E a fome apertou, vou comer como ontem, mas ontem tinha carne no almoço e hoje tinha frango, não tem importância. Vou comer sem lavar as mãos. Chega um certo momento que o sorriso dar o lugar a uma cara de merda do caralho. Não sou de ferro porra. Sou chato sim. Ah, e fico lembrando quando eu voltar para casa, vou ter que abrir o portão e guardas todas aquelas coisas que estavam em cima de minha cama e vou olhar outra vez para aquele violão empoeirado, preciso urgentemente guardar esse violão, faz dois dias que não toco nele, e ele me causa uma revolta. Tenho que trabalhar. Mas eu sei que cansa. Tenho que descansar para depois trabalhar para no fim de tudo estar cansado com algo que tenha valor. A vida cada vez esta mais difícil meu rei. Esse calor e essas moscas chatas não me deixam quieto. Que dor do caralho na coluna. Mãe baixa o volume dessa TV! Eu ia tomar algum comprimido para dores, mas se eu me levantar pode causar mais dores, eu faço raiva as minhas dores para elas saírem de mim, mas elas são insistentes. Odeio vocês, tomara que essas dores sintam dores, para saber o que é dor. Se faltasse energia seria bom? Não. Mas tem o lado bom sabia?! A TV ia se desligar. Mas é melhor não. Não vou mais forçar nada, quem não quiser falar comigo eu mando ir para a merda. Não, não sou assim, estou triste, com raiva e cansado, mas lá vou eu, mostrar que sou super engraçado.
"O medo do tédio é a única desculpa para o trabalho."
Jules Renard
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