Se prepare, ou melhor que eu esteja preparado, pois até eu não sei o que escreverei, só sei que me ponho sentado a escrever, pois enquanto eu escrever, essa fumaça que me deixa sem ar, sairá de meus pulmões, pois enquanto as letras aparecerem uma por uma, as cinzas de cigarro saíram dos meus olhos.
Eu sabia dizer quem eu era, eu sabia. Enquanto aquilo, que eu por puro prazer, chamava de amor, me fazia crer, me trazia respostas, eu me encontrava, eu sabia quem eu era. Agora estou eu, mais uma vez, completamente perdido, tentando me encontrar em meio a palavras, tão usadas, tão toscas, tão...
Quando a nuvem que paira lentamente em minha frente passar, eu mesmo serei a esperança de que me entenderei. Que dentro de mim tudo será feito de sonho e este sonho quero chamar de amor, porque enquanto eu tiver sonhos serei eu, e enquanto eu for eu mesmo, eu terei amor.
Pois enquanto, esse oco em mim não for preenchido, continuarei a te escrever, te escrevo, sem querer mudar-te, mas querendo mudar o que há de mais intocável em mim. Pois quando eu tiver amor, meu corpo não será um cigarro, e o ar dos meus pulmões não será nicotina.
"Forçosamente respiro essa fumaça chamada amor... Já não me provoca tosse, mas as alucinações permanecem. "
Isaac Marinho
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