Chega em casa, abre a porta. Entra. Deixa la fora o cansaço de um dia inteiro de trabalho e correria. Liga o chuveiro, inunda-se. Deixa a água levar pelo ralo as energias negativas. Enxuga-se. O microondas apita. Abre o vinho, liga o som. Deita no sofá, ouvindo Blues. Um blues melódico, especial para o momento "liberar os pensamentos". Conversou consigo mesma.
Falou de todos os seus desejos abertamente, sem medo. Procurou saída para o que loucamente destrói seu intelecto. Vive por ela, só por ela. Falou de seus medos sem medo de parecer ridícula. Provou o sabor das palavras: tranquilidade, equilíbrio, alegria. Palavras que agora eram degustadas, lambuzadas, vividas.
Descobriu coisas. Se descobriu. Em seus pensamentos provou um novo sabor, um sabor doce, de pessoas sinceras, um sabor que há muito tempo não sentirá, estava acostumada com sabor salgado e margo de pessoas falsas. Pessoas ficam amargas porque ficam por muito tempo sem experimentar o doce sabor da palavra gentileza. Só consegue ser gentil quem não espera nada em troca.
O blues para de tocar, acordou de seus pensamentos, e não era o que queria, pensou em pegar mais uma taça de vinho e repetir a mesma faixa do blues melódico, mas já tinha feito isso, não gostava de repetições.
E saiu para um passeio noturno, conversou com o vento. E as estrelas enfeitavam seus cabelos para clarear seus pensamentos.
Matheus Milor
2 comentários:
Boonito o texto, vooc vai longe // Philipe Allan
Valeu, muito obrigado
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