sexta-feira, 21 de setembro de 2012
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A menina que pintava lembranças
Pegou sua coleção de tintas, seus pinceis, sua tela e foi pra varanda de casa.
Lá onde ela conseguia ver as paisagens e as flores. Ela fazia o pincel deslizar sobre a tela, flutuava, dançava e por onde passava deixava seus rastros, traços finos e delicados. Gostava de misturar as cores e conseguir tons únicos.
Na varanda onde estava conseguia ver a árvore que mais gostava, lembrou do dia em que estava com seu avô e plantou o pequenino ypê amarelo, e que hoje já está grande e lindo como nunca. Lembrou das tardes que passou com seu vô, brincando no balanço, contando histórias.
Essas lembranças de saudades fazem ela pintar, coisas que nunca tinha pintado antes.
A família toda gostava de ver seus quadros, até construíram uma pequena sala, pra deixar os quadros expostos.
Era apaixonada por cores, tinha as cores mais variadas, de tons diferentes, era apaixonado pelo azul e o amarelo, talvez por quê se lembrava do azul do céu e o amarelo do sua árvore preferida.
Com apenas 12 anos, se soltava como o pincel, dependendo do dia e de seu humor usava a cor que combinasse, desde o dia que acordava com mais raiva, usava os tons mais quentes e rabiscava coisas, e mesmo com isso os quadros eram lindos. Ela era super talentosa, tinha um jeito pra pintar, se concentrava e da sua concentração saia coisas maginíficas, quadros únicos.
20 anos depois...
Estava louca pra voltar a sua casa de infância, ver seus quadros na salinha que a família fez, e ainda com o certo receio, e com medo de lembrar de seu avô, que a muito tempo tinha lhe deixado e que ainda faz falta.
Chegou, foi direto pra salinha de exposições, abriu a porta e uma lagrima saiu de seu rosto. Estava completamente emocionada, há muito tempo que não via seus quadros, e foi como rever um grande amigo, e os quadros ela conhecia bem, conhecia traço por traço. passou horas e horas na sala, lebrando de tudo, estava na hora de ir pra casa, o sol já estava se pondo, e aquele clima de verão, fazia ela lembrar de muitas coisas,e começou a chorar de novo, e antes de ir, viu aquela velha coleção de tintas que tinha ganhado de sua vó ha 20 anos atras, pegou um pincel, e quadro e foi pra seu lugar preferido, a varanda.
Chegou lá começou a pintar, com a melhor vista que podia-se ter, seu velho amigo o ypê amarelo, e lembrou de sua infância novamente, e com as lembranças pegou o pincel e usou a cor amarela, e com essa cor, fez o quadro mais lindo da sua história, profundo e único.
O quadro ainda hoje existe, lindo como sempre, e a as lembranças e as saudades ainda existem na sua mente, e ainda vive tentando pintar o que seus pensamentos transmitem. Dançando e flutuando seu pincel, faz o que há de mais bonito, a realidade. A realidade feita em suas cores, cores reais e tristes. E a cima de tudo com lembranças.
"É Saudade, então e mais uma vez de você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu. As cores que escolhi entre as tintas que inventei."
Legião Urbana - Acrilic on Canvas
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