Passa tardes inteiras em seu lugar preferido. Vê a vida com seus proprios olhos. Inventa um mundo, mas nada que não posso ser fora do real.
Vê as estações mudarem, vê as flores desabrocharem, vê as flores morrerem. Vê o dia amanhecer, trazendo a vida consigo. Vê os passaros em seu pequeno mundo, voando livres. Vê o sol se por, vê o céu mudar de cor. Vê o anoitecer. Vê a lua as estrelas, vê cometas.
Se imagina em outro planeta, imagina-se criando outro mundo, um mundo do seu jeito... Volta a realidade. Vê as crianças brincarem na rua de sua casa, brincadeiras que hoje são só lembranças, já brincou tanto, hoje só tem historias pra contar.
Gosta de escrever sobre sua vida, não a sua vida feliz que era antes, mas sua vida após acontecimentos que marcaram sua vida, escreve coisas como: "Continuo respirando apenas para senti-lo. Pois a mim basta saber que vives para manter-me viva. Mesmo que nunca saibas que vivo para ver tua vida da janela, somente para isso". Percebe que mudou, tormou-se outra pessoa. Tenta imaginar como é a vida dos que passam na rua. Acha que é só ela que é triste, acha que só ela se decepciona.
Ouve o silêncio, que de tão calado, faz ela ficar muda ao ponto de sentir seu proprio coração bater apertado. Tem esperanças, inclusive o dia em que possa ser felis de novo.
Mas é tão dificil ouvir o silêncio ...
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